sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Entraves da vida - Parte I

Não consigo entender a obsessão de algumas pessoas, a maioria, por reuniões. Sinceramente acho isso tempo perdido, tempo precioso que eu nunca mais vou recuperar. Nunca vi NADA no mundo se resolver numa reunião, que só serve para rabiscar no canto do bloquinho de papel e mastigar ponta de caneta bic.

Trabalho há quase três anos numa empresa que a-do-ra reuniões. Temos um chefe só pra isso, aparentemente, alguém que convoca os funcionários para as desgraçadas troca de idéias, onde nada se resolve e só atrasa o que já existe.

Neste tempo todo em que trabalho aqui, sempre fui meio deixada de escanteio, nunca ninguém deu muita importância para o meu departamento ou para o que eu fazia ou deixava de fazer. Porém, ainda não sei bem o porquê, há umas três semanas isso mudou: todo mundo parece mais interessado, todos parecem ter idéias geniais e que eles acham que são super inéditas (quando já falava nisso há dois anos)para melhorar o conteúdo e a divulgação, e até demonstram disposição para desenvolvê essas idéias, fato inédito até então.

Sei que apesar de reclamar trata-se de um retorno positivo, de que finalmente tive minha função reconhecida, e que daqui pra frente tudo pode melhorar e eu vou poder parar de reclamar do ostracismo em que me encontro, mas confesso que era bem feliz no meu canto isolado de peso morto, ganhando meu dinheirinho impreterivelmente todo dia 30 de cada mês, saindo correndo quando dava 17h no relógio do computador.

Mas acho que a verdade é que, para se chegar em algum lugar de visibilidade na vida (e com visibilidade leia-se fazer o que quer, quando quer)deve-se passar por estes processos malas e cansativos do mundo corporativo. E aguentar os chefes que SÓ servem pra isso, pra mandar email do outlook confirmando horário do desesperador encontro que, pasmem, teima em acontecer na tarde de sextas-feiras.

Boa sorte pra mim, primeira sexta-feira útil do ano e aqui, atolada em projetos e reuniões. Hunft!

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Cinco anos depois...

Sei que isso está mais parecendo a Retrospectiva do Faustão, mas eu culpo a época do ano em que estamos, com gente chegando e gente saindo, gente visitando e voltando. Aí as lembranças vem à tona, mesmo.

Fui olhar umas fotos antigas, e achei coisas que nem tinha ideia de que existiam mais. Perdi muitas das minhas fotos quando morei na Espanha e meu pc foi formatado e, claro, ninguém pensou em fazer back up das coisas. Normal.

Mas aí, fuçando meu email, fui encontrar láaaa atrás imagens de uma época que deixou saudades, que marcou por vários fatores, um deles a súbita mudança de vida que eu tive, de passar de namorada certinha que frequentava bares na Faria Lima à solteira solta na balada da Augusta até às 09h da manhã. Bons tempos de Amp Galaxy!

É triste pensar que, ao longo do tempo que passou, eu perdi a ligação com a maioria esmagadora das pessoas tão queridas então. Em grande parte por culpa minha, de sempre ter preguiça dos outros, em parte pelo rumo diferente que cada um tomou, em parte ainda pelas exaustivas tentativas de manter a mesma relação com essas pessoas, o que já não era mais possível, mas o fato é que lembro com carinho dos cafés de madrugada, das cervejas na padaria, das brincadeiras bobas de beijo, dos papos filosóficos, dos carnavais em São Paulo embalados por visitas à Funhouse e ao D-Edge, das caronas até Interlagos e das constantes e até cansativas idas ao número 203da Rua Minas Gerais.

Desde então, mudei muito e conheci muita coisa nova, muita gente nova, entre elas meu namorado, e agora marido. Engraçado pensar que ele e eu somos as mesmas pessoas de um tempo remoto de meados de 2005, quando eu me preocupava em saber qual seria a próxima festa e pra onde ia viajar no feriado.

Passamos por idas e vindas, encontros e desencontros, meses de distância separados por um oceano, natais, férias, carros novos, festas, empregos novos, demissões, promoções, mais empregos novos, mais festas, cachorros, gatos, outros natais, e aqui estamos, ainda estamos, apenas mais velhos mas, tenho certeza, ainda preocupados em abraçar o mundo.

Vai ver que o Ian estava certo. Vai ver que no fundo, mesmo com as minhas crises de mal-humor, eu ainda sou a Polyana de sempre, vivendo no fantástico mundo cor-de-rosa da felicidade eterna de Doriana. Vai saber.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Dez anos depois...

Fazer um blog sempre pareceu uma obrigação, algo que eu estava fadada a fazer e ter desde que entrei na faculdade, há dez anos, e dei minhas primieras engatinhadas como jornalista. As pessoas entendem que, se você escolheu escrever para ganhar a vida, deve fazer isso a todo custo, a todo tempo, incondicionalmente, nas suas horas vagas, de lazer, no trabalho, nas férias.

Por diversas vezes adiei a ideia, sempre preocupada com a opinião alheia, e também de preguiçosa que sou. Anos de cobrança indireta dos amigos, namorado, pessoas X que acham que podem palpitar na sua vida, e nada, quando eis que surgem as tais das mídias sociais que, além de segurar a pessoa na frente do computador, agora também o fazem na fila do banco, no ônibus, no restaurante, no estádio, enfim.

Não sou contra nem blog, nem twitter, nem email, nem nada disso, apenas sou contra ser pressionada por muitas vezes a fazer parte de cada um dos componentes deste universo cybernético. Pode até parecer exagero, mas a verdade é que, hoje em dia, quem não mostra as caras nestes redes fica à margem de "panelas" que por aí se comunicam e interagem e sofre as consequências de ser banido da convivência social destes grupos.

Escrever me diverte, me entretém. Mais do que isso, funciona como forma de terapia, já que serve de válvula de escape para muitas das minhas nóias e neuras. Então, decidi que, este ano, apesar de continuar tudo a mesma coisa, vou desabafar mais. Alguém, que pelo visto sabe das coisas, me disse há pouco que eu devo "gritar menos" as verdades, então aqui estou eu, pronta para apenas "dizer" as verdades, ou melhor, as minhas verdades, para quem quiser saber quais são.

O nome do blog já diz tudo, e é herança de um antigo projeto meu e de uma querida amiga que, tenho certeza, não vai se importar de que eu o tome emprestado.

Portanto, chega de explicações desnecessárias e que ninguém no mundo vai ler, pelo menos por enquanto. Sem expectativas, inicio agora minha proposta para um bom ano.

Sejam bem vindos, todos.